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Congresso Final 2021

O microbioma cultivável da filosfera como fonte de soluções inovadoras para combater as doenças das plantas

Vinicius Casais1, Aitana Aires2, Eva Garcia2, Daniela Figueira2, Joana Costa1,2
  1. Universidade de Coimbra, Centro de Ecologia Funcional, Departamento de Ciências da Vida, Calçada Martim de Freitas, 3000-456 Coimbra, Portugal.
  2. Laboratório de Fitossanidade, Instituto Pedro Nunes, 3030-199 Coimbra, Portugal.
O cancro bacteriano causado por Pseudomonas syringae pv. actinidiae (Psa) é considerado a doença mais grave de Actinidia spp. A propagação da doença tornou-se pandémica sendo responsável por perdas avultadas. O controle químico utilizando substâncias à base de cobre tem sido amplamente utilizado. Contudo a sua eficácia tem decrescido ao longo dos anos, juntamente com a redução do número de substâncias aprovadas. O uso de sulfato cúprico tem fortes limitações ambientais devido à sua fitotoxicidade e ao surgimento de resistência bacteriana. Uma alternativa muito sustentável e promissora às estratégias atuais é o controle biológico, que tem um baixo impacto ambiental e pode contribuir para a saúde das plantas, mitigando os efeitos do Psa. Este trabalho visou identificar e selecionar bactérias endófitas e epífitas pertencentes à filosfera de Actinidia spp. capazes de promover o crescimento das plantas e com possível atividade antagonista ao agente causal do cancro bacteriano. As amostras foram recolhidas em pomares saudáveis e infectados. Um total de 126 estirpes foram testadas in vitro para produção de amónia, sideróforos, ácido 3-indoleacético (IAA), capacidade de solubilização de fosfato e resistência a cobre. A atividade antagonista dos isolados foi avaliada através de três métodos – Método de disco-difusão em agar,  Método de poço-difusão em agar e Repicagem Cruzada. Vinte e um isolados testaram positivo para todos os parâmetros de promoção do crescimento. Trinta e um por cento dos isolados cresceram em placas suplementadas com CuSO4.H2O a uma concentração mínima de 200 ppm. Erwinia iniecta foi o único isolado que cresceu a 600 ppm de CuSO4.H2O. Esta percentagem sugere o desenvolvimento de formas de resistência a cobre na microbiota da filosfera como consequência  da utilização reiterada de produtos de cobre nos pomares. Entre todos os isolados testados, Bacillus pumilus foi o única capaz de inibir o crescimento de Psa com a formação de um halo inibidor em redor da colónia com uma área de 228,17 mm2. A identificação in vitro de um agente de controle biológico concomitantemente com a descrição de diversos PGPB surge como uma oportunidade para o desenvolvimento de produtos sustentáveis que substituam os agroquímicos convencionais contribuindo para a resiliência e  saúde do pomar. Palavras-chave: cancro bacteriano do kiwi, , Psa, controlo biológico, PGPB Financiamento: Trabalho realizado no âmbito da Ação 1.1 Grupos Operacionais “I9K – InovKiwi – Desenvolvimento de estratégias que visem a sustentabilidade da fileira do kiwi através da criação de um produto de valor acrescentado” promovida pelo PDR2020 e co-financiada pelo FEADER, no âmbito do Portugal 2020. Aitana Ares agradece o financiamento do Projecto CULTIVAR (CENTRO-01-0145-FEDER-000020), co-financiado por o Programa Operacional Regional Centro 2020, Portugal 2020, e a União Europeia, através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER).

Desenvolvimento de estratégias que visem a sustentabilidade da fileira do kiwi através da criação de um produto de valor acrescentado

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